Águas Belas, 10 de abril de 2025 – Em resposta à falta de água em Águas Belas, a Câmara Municipal promoveu, nesta quinta-feira (10), uma audiência pública com representantes da COMPESA (Companhia Pernambucana de Saneamento), lideranças políticas, comunidade local e moradores afetados pela crise hídrica. O evento, realizado na Casa Legislativa, teve como objetivo principal cobrar ações imediatas e apresentar propostas que amenizem os efeitos da escassez de água no município.
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Durante a audiência, a COMPESA apresentou um diagnóstico detalhado da situação atual do abastecimento. O município depende de dois sistemas que captam água no município de Tupanatinga. O primeiro sistema, localizado no Sítio Quixaba, possui 22 poços profundos, mas ainda não está em funcionamento por falta de interligações e bombas elevatórias.
A proposta discutida foi a emissão de uma ordem de serviço por parte do Governo do Estado para ativar esse sistema. A previsão de conclusão da obra, caso aprovada, é de 1 ano e 2 meses. Esse projeto contempla também o abastecimento da cidade vizinha de Iati, o que reforça a urgência da sua execução.
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O segundo sistema, já em funcionamento na região da Baixa Funda, atualmente fornece 20 litros de água por segundo. Contudo, a vazão é insuficiente para atender a toda a população. Foi sugerida a perfuração de mais dois poços no mesmo local, o que poderia elevar a oferta para até 50 litros por segundo. A expectativa é que isso atenda entre 50% e 60% da população de Águas Belas, com a possibilidade de alcançar 100% caso haja investimento na ampliação da rede de distribuição, sobretudo nas periferias.
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Nas regiões mais afastadas, onde não há rede de distribuição da COMPESA, serão solicitadas ações emergenciais como:
Envio de carros-pipa para distribuição periódica;
Instalação de caixas d’água comunitárias;
Levantamento e cadastro de famílias em situação de vulnerabilidade.
O levantamento será coordenado com a Secretaria Municipal de Saúde, que identificará os lares com pessoas acamadas, idosos ou com necessidades especiais. Essas famílias devem ser priorizadas por meio do programa “Melhor em Casa”.
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Durante a audiência, também foram apresentadas denúncias de desvios ilegais de água em trechos da adutora e nas fontes da serra. A Câmara vai solicitar o reforço da fiscalização, com o apoio da Polícia Militar e outros órgãos competentes. A meta é coibir essas práticas e garantir que a água chegue de forma justa a todos os moradores.
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Entre as propostas apresentadas por parlamentares, o vereador Valdo sugeriu a construção de uma barragem na Serra, que poderá servir como nova fonte de abastecimento. O presidente da Câmara autorizou a solicitação de um estudo técnico para avaliar a viabilidade da obra.
Já o vereador Erinaldo cobrou a retomada da obra da represa Ipanema 2, projetada para a região do Sítio Cabeça. A obra possui uma extensão de aproximadamente 18 km e, segundo ele, está parada apesar de recursos federais e estaduais terem sido destinados à execução.
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O presidente da Câmara destacou ainda a importância de medidas a longo prazo, lembrando que participou de um seminário sobre mudanças climáticas em 2010, onde foi projetada uma redução de até 30% nas chuvas até 2050. Entre as soluções propostas naquela época estavam exatamente a construção de grandes reservatórios.
A audiência foi encerrada com o agendamento de uma nova reunião pública dentro de 90 dias, com o intuito de acompanhar os avanços e cobrar o cumprimento dos compromissos assumidos. A falta de água em Águas Belas segue como uma prioridade no debate público e exige ações urgentes de todos os entes envolvidos.
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